Os sintomas da litíase urinária (“pedra nos rins”) são muito variados.
Podem se manifestar através de infecções urinárias, sangue na urina, dor nas costas e a temida cólica renal. A cólica renal é uma dor muito intensa que surge repentinamente na região lombar de um dos lados e pode irradiar para abdome, testículos e para vagina. Normalmente vem associada a náuseas e vômitos. A presença de febre pode significar que tenha uma infecção associada e sinaliza uma situação mais preocupante. A cólica renal significa que um cálculo está obstruindo o trânsito da urina dos rins para a bexiga. Isto gera acumulo de urina no rim, aumento de pressão e consequente dor intensa.
Habitualmente é necessária a ida ao pronto-atendimento para analgesia e controle da dor. Isto é feito através de medicamentos injetáveis de forma intravenosa. Após controle da dor, sugere-se a realização de algum exame radiológico para detectar a causa da cólica renal. O exame mais utilizado é a tomografia computadorizada sem contraste, que permite descrever o local onde a pedra está, o tamanho dela, grau de obstrução no rim e outras informações importantes para decisão de tratamento.
Baseado no quadro clínico, ou seja, se a dor melhorou ou não e os dados da tomografia, habitualmente pode-se seguir dois caminhos:
- Paciente é internado para controle da dor e eventualmente ser submetido à um procedimento cirúrgico para remover o cálculo. Atualmente, as cirurgias para tratamento de pedras são realizadas por procedimentos chamados de endourologia, onde através de óticas, microcâmeras, endoscópios, fibras de luz e laser os cálculos são fragmentados e removidos sem corte algum. Isso permite uma recuperação rápida e alta hospitalar precoce.
- Paciente recebe alta do pronto-socorro, orientado a procurar um urologista e acompanhar o quadro. Esta opção normalmente é escolhida quando paciente melhorou completamente da dor, não tem sinais infecciosos e os exame radiológico demonstrou que a pedra se encontra em situação passível de ser eliminada (geralmente pedras menores que 6-7 mm, nas porções mais baixas do ureter em direção à bexiga e sem grande dilatação renal). O urologista deve monitorar esta pedra até ser eliminada ou removida pelas mesmas técnicas descritas acima (endourologia).
No pronto-atendimento, o médico deve expor ao paciente as duas opções expostas acima e em conjunto devem decidir qual caminho seguir.
Dr Antonio Corrêa Lopes Neto – CRM 81986
Coordenador do Depto de Litíase Urinária e Endourologia da SBU-SP