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Bexiga neurogênica ou Disfunção neurogênica do trato urinário inferior

As disfunções vesicais decorrentes de doenças neurológicas afetam 400 milhões de pessoas em todo o mundo (1). Calcula-se que 1 em cada 1000 recém- nascidos apresentam disrafismo espinhal com provável Disfunção Neurogênica do Trato Urinário Inferior (DNTUI) (1),, anteriormente esta patologia era  chamada de bexiga neurogênica

No Brasil, não existem dados consistentes sobre a prevalência desta disfunção, porém nos pacientes com lesões medulares a incidência de DNTUI é 71 casos por 1 milhão de habitantes, número quase o dobro do Japão e Estados Unidos.

Os índices nos países subdesenvolvidos são mais elevados decorrentes de acidentes de trânsito e violência urbana e 80 % desses casos poderão ter algum grau de disfunção vesical (2).

A bexiga neurogênica neurológica pode se comportar com diversos padrões clínicos, podemos  encontrar urgência miccional (desejo súbito e imperioso de micção), incontinência urinária ( perdas de urina ao esforço ou insensíveis) e até quadros de retenção urinária devido a bexiga hipoativa ou acontrátil.

Nos casos de urgência e urgi incontinência há tratamentos medicamentosos, injeção de toxina botulínica e até neuromodulador sacral, já os paciente com retenção urinária poderão necessitar do uso de sondas, caso estejam com piora da função renal ou infecção urinária de repetição.

Nos quadros de urgência e urgi incontinência inicia se com medicamentos via oral e injeção de toxina botulínica, ambos levam relaxamento da musculatura vesical.

O neuromodulador sacral pode ser usado,  porém o maior benefício será em pacientes sem patologias neurológicas.

Nos pacientes retencionistas o desenvolvimento do cateterismo intermitente limpo, prática de sondagem uretral para esvaziamento da bexiga,  foi essencial à melhora da qualidade  de vida.

O cateterismo intermitente permite o esvaziamento vesical diminuindo tanto a incidência das infecções urinárias quanto o número de internações por infecções do trato urinário.

O uso da sonda não é complexo, a equipe multidisciplinar composta por urologistas, fisiatras, enfermeiros e fisioterapeutas auxiliará o início desta  terapia.

Existe diversos tipos de cateteres, previamente lubrificados, diversos modelos anatômicos, contudo o essencial é a prática regular e correta desta terapia.

Alguns pacientes durante a evolução da bexiga neurogênica podem  apresentar uma capacidade de armazenamento de urina reduzida, e nesses casos o tratamento poderá ser através de cirurgias de ampliação da bexiga. Estas cirurgias podem melhorar o reservatório ( bexiga), prevenindo a insuficiência renal.

Caso tenha dúvida procure seu urologista.

 

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