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Hipogonadismo do envelhecimento: os sinais claros da falta de testosterona no homem

O quanto antes reconhecer os sintomas e buscar ajuda de um profissional, melhor será o desfecho clínico, já que a perda é gradativa e geralmente se inicia aos 40 anos

São Paulo, março de 2024

Com o passar dos anos, sobretudo aos 40, é comum a perda de 1,2% da produção desse hormônio devido ao processo de envelhecimento acelerado. A reposição hormonal tornou-se uma prática comum na mulher assim que entra na menopausa, porém pouco se fala em reposição para o homem.

Alguns tabus ainda rondam esse assunto, além da falta de informação, fazendo com que a busca por orientação médica, seja de um urologista ou endócrino, demore muito a chegar. De acordo com o especialista no assunto, o Dr. Fernando Nestor Facio, diretor da Sociedade Brasileira de Urologia de SP, esse processo faz parte do processo natural de senilidade do testículo – glândula responsável pela produção da maior quantidade de testosterona -, e aponta outros fatores para essa redução.

“Importante considerar a deformação fisiológica e envelhecimento natural, mas pode ser decorrente também de traumas no testículo ou iatrogenias, procedimentos cirúrgicos como câncer, uso de antiandrogênicos para tratamento da doença de próstata, dentre outros”, afirma Facio, que é professor associado da Disciplina de Urologia Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP.

Cansaço, ronco, sono ruim, virilidade, obesidade são alguns dos impactos mais comuns da ausência de testosterona. De acordo com o urologista, o paciente deve ser acompanhado por um profissional que possa fazer o diagnóstico correto e proporcionar um tratamento adequado e individualizado. A falta de intervenção dificulta o tratamento e pode piorar com o tempo.

“A perda é gradativa. É um processo que corrobora em diversas comorbidades juntas o que chamamos de Síndrome Metabólica, composto por hipertensão, diabetes, obesidade, alterações lipídicas. Sem dúvida, a demora em procurar ajuda médica pode agravar as condições clínicas”, diz Facio.

Tratamentos e a importância do incentivo da mulher

Segundo o médico, no Brasil, existem alternativas como injetáveis de curta ação, porém não é recomendado para manter uma reposição de testosterona. Já os de longa ação que são indicados, mas têm custos mais elevados e a opção de gel transdérmico.

“Importante dizer que todos podem ter efeitos adversos, por isso devem ser acompanhados por médicos como urologistas e/ou endocrinologistas. Alguns dos efeitos colaterais são aparecimento de acne, alopecia (queda de pêlos), aumento na quantidade de glóbulos vermelhos, sendo contraindicado em caso de câncer de próstata e mama em homens”, assegura o especialista.

A mulher tem papel fundamental para ajudar o homem. É exemplo de cuidado com a saúde de seus familiares, marca consulta para os filhos, marido e está sempre em dia com a sua própria saúde. Quando entra na menopausa, procura a indicação de reposição hormonal. São indicativos importantes que, talvez, justifiquem o porquê vivam em média seis a 7 anos a mais que seus parceiros, segundo levantamento da OMS.

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